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Citações Nietzscheanas

Ceticismo absoluto: necessidade de arte e ilusão.

Todo conhecimento surge por meio de separação, delimitação e abreviação; não há conhecimento absoluto de uma totalidade;

O imenso consenso dos homens acerca das coisas comprova a uniformidade de seu aparato perceptivo;

As abstrações são metonímias, isto é, permutações de causa e efeito. Mas todo conceito é uma metonímia, sendo que, nos conceitos, o conhecer termina por se antecipar. A “verdade” converte-se num poder, assim que a liberamos como abstração;

Por “verdadeiro” compreende-se, antes de mais nada, aquilo que usualmente consiste na metáfora habitual – portanto, somente uma ilusão que se tornou familiar por meio do uso freqüente e que já não é mais sentida como ilusão: metáfora esquecida, isto é, uma metáfora da qual se esqueceu que é uma metáfora;

Metáfora significa tratar como igual algo que, num dado ponto, foi reconhecido como semelhante;

De onde vem, no inteiro universo, o phatos da verdade? Ele não aspira à verdade, mas à crença, à confiança em algo;

Não há um impulso ao conhecimento e à verdade, mas tão-somente um impulso à crença na verdade;

O que é uma palavra? A reprodução de um estímulo nervoso em sons;

O ser sensível precisa da ilusão para viver;

Lutar por uma verdade é totalmente distinto de lutar pela verdade;

O homem é um animal extremamente patético e toma suas propriedades por algo de suma importância, como se os eixos do universo girassem nele;

O conhecer é tão-somente um operar com as metáforas prediletas, e, a ser assim, nada mais que uma imitação do imitar sensível;

Em rigor, todo conhecer possui apenas a forma da tautologia e é vazio. Todo conhecimento por nós promovido consiste numa identificação do não idêntico, do semelhante, quer dizer, trata-se de algo essencialmente ilógico.

O que é, pois, a verdade? Um exército móvel de metáforas, metonímias, antropomorfismos, numa palavra, uma soma de relações humanas que foram realçadas poética e retoricamente, transpostas e adornadas, e que, após uma longa utilização, parecem a um povo consolidadas, canônicas e obrigatórias: as verdades são ilusões das quais se esqueceu que elas assim o são, metáforas que se tornaram desgastadas e sem força sensível, moedas que perderam seu troquel e agora são levadas em conta apenas como metal, e não como moedas.

 

Extraídas do livro Sobre a Verdade e Mentira. S.Paulo: Hedra, 2008.

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Não é fácil prefaciar qualquer trabalho de Paulo Queiroz, principalmente quando ele homenageia o prefaciador. O largo tirocínio no Ministério Público Federal, os longos anos de magistério universitário e as inúmeras palestras proferidas por esses brasis afora, congeminados, descortinaram-lhe novos horizontes. E aí está a literatura jurídica pátria engrandecida com mais um trabalho que honra sobremodo as nossas tradições.

A prescrição é a mais relevante, a mais complexa, a mais controversa e a mais frequente causa de extinção da punibilidade. Nem todos concordam com a prescrição e sempre houve quem propusesse a sua abolição total ou parcial sob a justificativa de ser um dos fundamentos da impunidade.

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