As palavras não passam de símbolos para as relações das coisas entre si e conosco;
Pelas palavras e pelos conceitos, nunca atravessaremos o muro das relações, nem penetraremos em qualquer origem fabulosa das coisas;
É absolutamente impossível ao sujeito pretender ver ou conhecer algo além de si mesmo;
O desprezo pelo presente e pelo momentâneo é parte integrante da grande natureza filosófica;
Heráclito era orgulhoso, e quando o orgulho entra num filósofo, então é um grande orgulho;
O homem é, até a última fibra, necessidade, é absolutamente não-livre;
As próprias coisas que a inteligência limitada do homem e do animal julga sólidas e constantes não têm existência real, não passam de luzir ou do faiscar de espadas desembainhadas, são o brilho da vitória na luta das qualidades opostas;
Se existe um movimento absoluto, não há mais espaço; se existe o espaço absoluto, não há movimento; se há um ser absoluto, não há multiplicidade; se existe a multiplicidade absoluta, não há mais unidade;
Em todas as demonstrações que fazem (Parménides e Zenão), partem do pressuposto indemonstrável, ou mesmo improvável, de possuirmos na faculdade conceptual o decisivo critério supremo acerca do ser e do não-ser, isto é, acerca da realidade objetiva e do seu contrário;
Foi a mim mesmo que eu procurei e investiguei (Heráclito).
Extraídas do livro A filosofia na idade trágica dos gregos. Lisboa: Edições 70, 2002.