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Citações Nietzcheanas (II)

 

Toda verdade é simples” – Não é isso uma dupla mentira?

Como? o ser o humano é apenas um equívoco de Deus? Ou Deus apenas um equívoco do ser humano?

Da escola de guerra da vida – O que não me mata me fortalece.

Não cometamos covardia em relação a nossos atos – Não os abandonemos depois de fazê-los – É indecente o remorso!

O homem criou a mulher – mas de quê, pergunta? De uma costela de seu Deus – de seu “ideal”.

Desconfio de todos os sistematizadores e os evito. A vontade de sistema é uma falta de retidão.

A fórmula de minha felicidade: um sim, um não, uma linha reta, uma meta

Juízos, juízos de valor acerca da vida, contra ou a favor, nunca podem ser verdadeiros, afinal; eles têm valor apenas como sintomas, são considerados apenas enquanto sintomas – em si, tais juízos são bobagens.

Sócrates foi um mal-entendido: toda a moral do aperfeiçoamento, também a cristã, foi um mal-entendido.

Tudo o que os filósofos manejaram por milênios foram conceitos-múmias; nada realmente vivo saiu de suas mãos; eles matam, eles empalham quando adoram, esses idólatras de conceitos.

Receio que não nos livramos de Deus, pois ainda cremos na gramática.

Aniquilar as paixões e os desejos apenas para evitar sua estupidez e as desagradáveis conseqüências de usa estupidez, isso nos parece, hoje, uma forma aguda de estupidez.

Atacar as paixões pela raiz significa atacar a vida pela raiz: a prática da igreja e hostil à vida.

A vida acaba onde o “Reino de Deus” começa.

Onde quer que responsabilidades sejam buscadas, costuma ser o instinto de querer julgar e punir que aí se busca.

Os homens foram considerados livres para poderem ser julgados, ser punidos – ser culpados.

O cristianismo é uma metafísica do carrasco.

O conceito de “Deus” foi, até agora, a maior objeção à existência. Nós negamos Deus, nós negamos a responsabilidade em Deus: apenas assim redimimos o mundo.

Não existem fenômenos morais, mas apenas uma interpretação moral dos fenômenos. Moral é apenas uma interpretação de determinados fenômenos, mais precisamente uma má interpretação.

Todos os meios pelos quais, até hoje, quis-se tornar moral a humanidade foram fundamentalmente imorais.

Paga-se caro por chegar ao poder: o poder imbeciliza.

Teologia, ou corrupção da razão, pelo “pecado original” (o cristianismo).

O ser humano acredita que o mundo está repleto de beleza – ele esquece a si mesmo com causa dela. Somente ele dotou o mundo de beleza, de uma beleza muito humana, demasiado humana. No fundo, o ser humano se espalha nas coisas, acha belo tudo o que lhe devolve a sua imagem.

As instituições liberais deixam de ser liberais logo que são alcançadas: não há, depois, nada de tão radicalmente prejudicial à liberdade quanto as instituições liberais.

Platão é um covarde perante a realidade – portanto, refugia-se no ideal.

 

Extraídas de Crepúsculo dos Ídolos. S.Paulo: Companhia das Letras, 2006.

 

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Não é fácil prefaciar qualquer trabalho de Paulo Queiroz, principalmente quando ele homenageia o prefaciador. O largo tirocínio no Ministério Público Federal, os longos anos de magistério universitário e as inúmeras palestras proferidas por esses brasis afora, congeminados, descortinaram-lhe novos horizontes. E aí está a literatura jurídica pátria engrandecida com mais um trabalho que honra sobremodo as nossas tradições.

A prescrição é a mais relevante, a mais complexa, a mais controversa e a mais frequente causa de extinção da punibilidade. Nem todos concordam com a prescrição e sempre houve quem propusesse a sua abolição total ou parcial sob a justificativa de ser um dos fundamentos da impunidade.

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