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Ciência e método: citações feyerabendianas

A ciência é um empreendimento essencialmente anárquico: o anarquismo teórico é mais humanitário e mais apto a estimular o progresso do que suas alternativas que apregoam lei e ordem;

A proliferação de teorias é benéfica para a ciência, ao passo que a uniformidade prejudica seu poder crítico. A uniformidade também ameaça o livre desenvolvimento do indivíduo;

A ciência precisa de pessoas que sejam adaptáveis e inventivas, não rígidos imitadores de padrões comportamentais estabelecidos;

“Professores” usando notas e o medo do fracasso moldam a mente de nossos jovens até que eles tenham perdido todo grama de imaginação que possam alguma vez ter possuído;

As coerções de notas, competição e exames regulares devem ser eliminadas e devem também separar o processo de aprendizagem e a preparação para uma profissão particular;

 A ciência não é uma tradição isolada nem a melhor tradição que há, exceto para aqueles que se acostumaram com a sua presença, seus benefícios e suas desvantagens. Em uma democracia, deveria ser separada do Estado exatamente com as igrejas estão agora dele separadas;

A ciência é tão-só um dos muitos instrumentos que as pessoas inventaram para lidar com seu meio ambiente;

Em sua análise mais detalhada, até mesmo descobrimos que a ciência não conhece, de modo algum, “fatos nus”, mas que todos os “fatos” de tomamos conhecimento já são vistos de certo modo e são, portanto, essencialmente ideacionais.

Qualquer regra, não importa o qual fundamental ou racional, sempre há circunstâncias em que é aconselhável não apenas ignorá-la, mas adotar a regra oposta;

Especialistas e leigos, profissionais e diletantes, fanáticos pela verdade e mentirosos – todos estão convidados a participar do debate e a dar sua contribuição para o enriquecimento da nossa cultura;

Todas as metodologias, até mesmo as mais óbvias, têm seus limites;

A idéia de que o conhecimento científico é, de algum modo, peculiarmente positivo e isento de diferenças de opinião não passa de uma quimera;

O amor à verdade é um dos motivos mais fortes para substituir o que realmente ocorre por uma explicação elegante;  o amor à verdade é um dos mais fortes motivos para mentir a si mesmo e aos outros;

O único princípio que não inibe o progresso é: tudo vale;

É sinal de presunção pressupor que se tenham soluções para pessoas cuja vida não se compartilha e cujos problemas não se conhecem;

Tudo o que digo é que os não-especialistas freqüentemente sabem mais do que os especialistas e deveriam, portanto, ser consultados; a assim chamada ciência do Primeiro Mundo é uma ciência entre muitas;

Uma força moral, quer para o bem, quer para o mal, faz das pessoas escravos, e a escravidão, mesmo a escravidão a serviço do Bem, ou até de Deus, é a mais abjeta de todas as condições;

Todo movimento tem tanto patifes quanto pessoas nobres entre seus seguidores. 

Extraídas do livro “Contra o Método”, de Paul Feyerabend. S. Paulo: Editora UNESP, 2007.

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Não é fácil prefaciar qualquer trabalho de Paulo Queiroz, principalmente quando ele homenageia o prefaciador. O largo tirocínio no Ministério Público Federal, os longos anos de magistério universitário e as inúmeras palestras proferidas por esses brasis afora, congeminados, descortinaram-lhe novos horizontes. E aí está a literatura jurídica pátria engrandecida com mais um trabalho que honra sobremodo as nossas tradições.

A prescrição é a mais relevante, a mais complexa, a mais controversa e a mais frequente causa de extinção da punibilidade. Nem todos concordam com a prescrição e sempre houve quem propusesse a sua abolição total ou parcial sob a justificativa de ser um dos fundamentos da impunidade.

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