O conhecimento filosófico deve ser, antes de tudo, capaz de surpreender-se com o óbvio;
O homem não pode ser concebido com um ser imutável, encarnando reiteradamente aquelas formas de ser. Longe disso, a essência do homem é mutação: o homem não pode permanecer como é;
Tudo que sabemos do homem, tudo que cada um dos homens sabe de si mesmo não corresponde ao homem;
A reverência não eleva o homem ao nível da divindade. O homem humilíssimo e o grande homem são aparentados conosco;
A dignidade do homem reside no fato de ele ser indefinível. O homem é o que é, porque reconhece essa dignidade em si mesmo e nos outros homens. Kant o disse de maneira maravilhosamente simples: nenhum homem poder ser, para outro, apenas meio; cada homem é um fim em si mesmo;
Os políticos são diferentes. Oportunistas, facciosos, forjadores de mentiras e de intrigas. Inescrupulosos, agem em nome da liberdade contra a liberdade;
A divisão das responsabilidades gera a irresponsabilidade. A democracia degenera em oligarquia de partidos. O que se tem por cultura não passa de bolhas de sabão em salões literários. O espírito perde densidade.
Extraídas de introdução ao pensamento filosófico. S.Paulo: Cultrix, 2005.