Não escolhemos ser ansiosos: nascemos ou nos tornamos ansiosos.
Nem a ansiedade é algo ruim: tudo depende do grau de ansiedade, do bem e do mal que ela nos causa e de como lidamos com ela.
Tampouco deixaremos de ser ansiosos: possivelmente morreremos ansiosos.
Mas, se nos causa dor e sofrimento, é conveniente e possível controlá-la. E há muitos modos mais ou menos eficazes de fazê-lo: remédios, atividade física, meditação, yoga, evitar modos de vida estressantes etc.
Sem prejuízo dessas formas de prevenção e controle, tenho que o essencial reside, porém, em aprofundar o conhecimento de nós mesmo e saber lidar com a ansiedade.
Saber lidar com a ansiedade, embora seja algo personalíssimo, pois cada um tem seu próprio jeito de lidar com ela, significa: 1)se você os tiver, aceite seus pensamentos obsessivos com naturalidade, pois quando mais os evitamos ou quanto mais os proibimos, mais os estimulamos e mais eles persistem; 2)como a ansiedade má (digo má, porque existe também uma ansiedade boa) traduz essencialmente um medo irracional, um mecanismo exagerado de alerta, quanto mais tememos, mais o medo e o nível de ansiedade aumentam; 3)o melhor modo de lidar com ela consiste em enfrentá-la como se fosse um dragão que, embora invencível, pode ser domado e com ele podemos conviver bem e pacificamente.
Comparo a ansiedade a um dragão por duas razões: não é possível vencê-lo porque esse dragão é você mesmo, de modo que matá-lo seria um suicídio. Assim, lutar contra a ansiedade é declarar guerra contra si mesmo. E se não podemos destruir o inimigo, já que ele é parte de nós, isto é, ele é você e você é ele, a melhor política é saber lidar com esse pequeno dragão, respeitá-lo, mantê-lo em seus limites, domesticá-lo e, se possível, tirar algum proveito dele.